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Volkswagen admite manipulação das emissões de gases nos EUA

(sapo.pt)
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O maior choque da industria automobilística mundial, quem sabe, da história. Nesta última terça-feira (22/09), um escândalo de proporções inimagináveis atingiu em cheio a maior e mais tradicional montadora do mundo. A Volkswagen admitiu que um dispositivo que altera resultados nos testes emissão de poluentes foi instalado em cerca de 11 milhões de veículos a diesel da marca alemã, especialmente no mercado americano, onde foi descoberto o esquema.

A denuncia partiu de um executivo do alto escalão da própria Volks alemã, que confirmou o que a Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA) já haviam descoberto na última quinta-feira (17/09). Segundo as investigações, um software era responsável por burlar os dados de lançamento de gases que o carro produzia especificamente nos testes de emissão feitos pela EPA.

Desta forma, os veículos da Volks estavam sempre atendendo os níveis exigidos de eliminação de gases em território americano, quando podiam emitir até 40 vezes mais na atmosfera. O foco das investigações americanas está em carros com motor de quatro cilindros produzidos entre 2009 e 2015, como Jetta, Beetle (Fusca), Golf, Passat e o A3, da Audi, marca pertencente a Volkswagen.

Beetle (Fusca). Entre os carros que podem estar com o software, segundo a EPA (Carplace)
Beetle (Fusca). Entre os carros que podem estar com o software, segundo a EPA (Carplace)

Como o tamanho da encrenca exposto, as ações da montadora na terça última sofreram um grande revés, despencando em várias bolsas ao redor do mundo. A Europa e a Asia já começam também a pressionar para que sejam investigados os veículos fabricados pela Volks nestes continentes, especialmente na Alemanha, onde o governo já solicitou testes detalhados para todos os modelos a diesel fabricados no país neste período, isto depois de negar que sabia desta tecnologia usada pela montadora.

Mesmo não citando a possível fraude em outros países onde a Volks é presente, o presidente da Volkswagen americana, Martin Winterkorn, pediu desculpas ainda no domingo (20/09), durante o lançamento do novo Passat, em Nova York. “Pessoalmente e profundamente lamento muito que tenhamos quebrado a confiança de nossos clientes e do público (…) a Volkswagen não tolera nenhuma violação, nem de leis, nem de normas“, e concluiu dizendo que a equipe fará de “tudo o que for possível para recuperar a confiança das pessoas“.

Martin Winterkorn, presidente-executivo da VW americana. Apesar das desculpas, pediu renuncia (Reuters)
Martin Winterkorn, presidente-executivo da VW americana. Apesar das desculpas, pediu renuncia (Reuters)

O presidente da montadora nos EUA , Mark Horn, foi mais enfático na afirmação, feita no mesmo evento na Big Apple. “Nós ferramos tudo, nossa empresa foi desonesta“. Apesar das desculpas, Winterkorn anunciou nesta quarta-feira (23/09) a renuncia do cargo de presidente-executivo da Volks estadunidense, que não passa por bons momentos na terra do tio Sam. A empresa também anunciou que já reservou 6,5 bilhões de euros para a reparação de carros e pagamento de multas. O valor é equivalente a metade do lucro previsto pela montadora para este ano.

A Volkswagen do Brasil apenas seguiu a nota oficial da matriz sobre o ocorrido. Apesar do escândalo, o país pode ser o menos afetado com o problema ou, simplesmente, passar despercebido, já que no Brasil não é permitido o uso de motores a diesel para veículos leves e de passeio. Apenas caminhões, ônibus, SUVs e picapes podem usar o combustível. O único carro da Volks a diesel vendido atualmente no país é a picape Amarok.

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